Quis tanto escrever sobre o óbvio, que acabou caindo na excentricidade. O excêntrico, no entanto, com o passar dos tempos deixou a marginalidade e tornou-se o centro, o óbvio mais óbvio que ninguém jamais pôde imaginar. De seus dedos saía apenas o novo, o exótico, o inédito, mas depois era o velho, o comum, o vulgar, tudo jogado às suas costas com a fama e o peso da credibilidade. Assim, contou sua história para o mundo, ora inventando, ora revelando fatos verídicos insalubres, mas sempre rodeado de expectativas e de mulheres. Aos seus pés, puxa-sacos, aproveitadores, mais mulheres.
Sempre quis a obviedade, mas agora era o óbvio em pessoa, um peixe fora d'água com cara de comum.
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Fim do meu, fim de mim
Começo este pelo fim, dizendo que não estou mais nem aí
Por mais incrível que pareça, me cansei
Cansados meus ossos e cansada a minha pele
Canso meus ouvidos facilmente ao que outrora quis tanto ouvir
Penosas foram as palavras malditas
Triste fim
Triste
Ainda bem que me alegro facilmente, tem gente muito pior do que eu por aí.
Por mais incrível que pareça, me cansei
Cansados meus ossos e cansada a minha pele
Canso meus ouvidos facilmente ao que outrora quis tanto ouvir
Penosas foram as palavras malditas
Triste fim
Triste
Ainda bem que me alegro facilmente, tem gente muito pior do que eu por aí.
O meio
Vivo na dualidade
Entre o sim e o não
Entre o escuro e o claro
Me calo
Falo sem pensar
O que penso antes de pensar
Pois, se me ponho a pensar
Penso que penso errado
E deixo de pensar
O certo e o errado
Nenhum desses me conforma
Quero sempre o meio
Pelo meio caminho sem amarras
E sem direção certeira
Até encontrar a calmaria
Na imensidão das idéias
No percurso dos monólogos
Dos diálogos com minha consciência
Peço, sem intermitência
Senhor, dai-me paciência.
Entre o sim e o não
Entre o escuro e o claro
Me calo
Falo sem pensar
O que penso antes de pensar
Pois, se me ponho a pensar
Penso que penso errado
E deixo de pensar
O certo e o errado
Nenhum desses me conforma
Quero sempre o meio
Pelo meio caminho sem amarras
E sem direção certeira
Até encontrar a calmaria
Na imensidão das idéias
No percurso dos monólogos
Dos diálogos com minha consciência
Peço, sem intermitência
Senhor, dai-me paciência.
terça-feira, 25 de maio de 2010
Da fúria
A qualquer momento você vai explodir em fúria
Os gritos de revolta vão escorregar de teus ombros e inundar a sala, os quartos, estragar a TV
Você vai querer nunca ter me dado ouvidos, vai querer me bater com a faca de cortar pão
Esmagar meus dedos na porta
Estraçalhar aquele meu vestido que você tanto gostava
Mas, entendo que é só sua raiva florescendo
Entendo que é só a sua mente
E que você é muito maior que isso
E que o meu querer é maior do que você e do que eu, é grande, então.
Vou ali descascar uma ferida, já volto.
Os gritos de revolta vão escorregar de teus ombros e inundar a sala, os quartos, estragar a TV
Você vai querer nunca ter me dado ouvidos, vai querer me bater com a faca de cortar pão
Esmagar meus dedos na porta
Estraçalhar aquele meu vestido que você tanto gostava
Mas, entendo que é só sua raiva florescendo
Entendo que é só a sua mente
E que você é muito maior que isso
E que o meu querer é maior do que você e do que eu, é grande, então.
Vou ali descascar uma ferida, já volto.
domingo, 23 de maio de 2010
Nós, como enganos
E hoje me pergunto:
- Onde foi que eu me errei?
Nos erros nos acertamos na vida e consertamos o nosso passo, pulsamos no infinito do espaço
Poeira cósmica que somos
Não admitimos
nunca
Que o apego ao erro
É o pior condutor de enganos.
- Onde foi que eu me errei?
Nos erros nos acertamos na vida e consertamos o nosso passo, pulsamos no infinito do espaço
Poeira cósmica que somos
Não admitimos
nunca
Que o apego ao erro
É o pior condutor de enganos.
quarta-feira, 19 de maio de 2010
Passeio
- De tempos em tempos me vem à memória um pedacinho do teu rosto que caiu de um quadro
No caminho que meus passos junto aos teus fizeram
Vejo uma flor que seca e torna-se paisagem
Vejo luzes de todas as cores
Vejo formas geométricas
Vejo meus desejos amortecidos pelo esquecimento
Vejo uma construção imponente de cimento e pedras
E a lembrança de uma discórdia distante
De um olhar
De um sorriso
De outros sorrisos
E de outras gentes que por aqui andaram junto a nós
Quanto disso é meu?
No caminho que meus passos junto aos teus fizeram
Vejo uma flor que seca e torna-se paisagem
Vejo luzes de todas as cores
Vejo formas geométricas
Vejo meus desejos amortecidos pelo esquecimento
Vejo uma construção imponente de cimento e pedras
E a lembrança de uma discórdia distante
De um olhar
De um sorriso
De outros sorrisos
E de outras gentes que por aqui andaram junto a nós
Quanto disso é meu?
sexta-feira, 14 de maio de 2010
Salgo a caminar por la mañana azul
La calle se acerca
Las luces se apagan
Los hombres se visten
Y la mujer se peina
Se peina
Se pinta
La reina
Del pueblo que la mira
Nace un grito de infamia
Como el que le dan a los criminosos - BANDIDA
Banida está de la sociedad
Y por la suciedad camina tranquila
Así, en las esquinas, esperando al hombre que la salvará.
La calle se acerca
Las luces se apagan
Los hombres se visten
Y la mujer se peina
Se peina
Se pinta
La reina
Del pueblo que la mira
Nace un grito de infamia
Como el que le dan a los criminosos - BANDIDA
Banida está de la sociedad
Y por la suciedad camina tranquila
Así, en las esquinas, esperando al hombre que la salvará.
Assim mesmo
Na minha pele deixo-te marcar os sinais sutis - leve na areia a lagarta que volta pra casa
Descanso na sombra, quero sempre ver os olhos...de escuro a claro nos segundos das horas
Parece ser tanto o comum que não parece, as letras, as frases, os versos, as melodias - minha mão, tanto verde, tanta terra pra pisar - de tantas coisas já ditas sobrou o que já não importa mais...
- Um dia me debruço sobre você e corto teu cabelo.
- Tá, mas então vou pintar a tua orelha de azul anil
- Ué?
- É.
Descanso na sombra, quero sempre ver os olhos...de escuro a claro nos segundos das horas
Parece ser tanto o comum que não parece, as letras, as frases, os versos, as melodias - minha mão, tanto verde, tanta terra pra pisar - de tantas coisas já ditas sobrou o que já não importa mais...
- Um dia me debruço sobre você e corto teu cabelo.
- Tá, mas então vou pintar a tua orelha de azul anil
- Ué?
- É.
terça-feira, 11 de maio de 2010
Verso
Escrevi em verso e rima
Uma história de princesa - a princesa
Uma fábula, um poema
Um conto sem tema - um hai-kai
Aberto por todos que tiverem razão
Incerto
E de suas impressões, fiz um pano de prato
De suas opiniões, fiz uma grande manta azul
Com retalhos, mil pedaços
Cada olhar em dois pontos, um ponto de observação
Dos despudores a minha cama
Do autoritarismo meu sonho de consumo
E das minhas palavras o erro de não dizer
Que todos fazem sentido - como podem - daquilo que me lêem
Uma história de princesa - a princesa
Uma fábula, um poema
Um conto sem tema - um hai-kai
Aberto por todos que tiverem razão
Incerto
E de suas impressões, fiz um pano de prato
De suas opiniões, fiz uma grande manta azul
Com retalhos, mil pedaços
Cada olhar em dois pontos, um ponto de observação
Dos despudores a minha cama
Do autoritarismo meu sonho de consumo
E das minhas palavras o erro de não dizer
Que todos fazem sentido - como podem - daquilo que me lêem
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Ao lado
Arte me envolvo me demito
Que te quero mais perto
Que minha própria alma prima
Matéria de que sou parte - arte
Sou prisma e quadro da mesma paisagem
Que seus olhos nítidos refletem
Assim que esquecem de os meus olhar.
Que te quero mais perto
Que minha própria alma prima
Matéria de que sou parte - arte
Sou prisma e quadro da mesma paisagem
Que seus olhos nítidos refletem
Assim que esquecem de os meus olhar.
Uma surra
Sentei num banco molhado
Era meu corpo que gelava
Eram minhas mãos que tremiam
Era meu pensamento que viajava
Caí de madura, arrebentei-me no asfalto
Não haveria nada que me fizesse parar naquele momento?
Ouvi um silêncio dentro de mim :: era minha consciência que me dava pauladas
Cada golpe me dava a sensação de ser uma pessoa horrível, de fazer mal, de bagunçar outras cabeças para arrumar a minha. Aos poucos as batidas foram cessando, parei de gemer, parei de ofegar...meu sangue tomou seu curso natural, como se nada tivesse acontecido, e eu parei de pensar. Minha consciência desistiu de mim.
Era meu corpo que gelava
Eram minhas mãos que tremiam
Era meu pensamento que viajava
Caí de madura, arrebentei-me no asfalto
Não haveria nada que me fizesse parar naquele momento?
Ouvi um silêncio dentro de mim :: era minha consciência que me dava pauladas
Cada golpe me dava a sensação de ser uma pessoa horrível, de fazer mal, de bagunçar outras cabeças para arrumar a minha. Aos poucos as batidas foram cessando, parei de gemer, parei de ofegar...meu sangue tomou seu curso natural, como se nada tivesse acontecido, e eu parei de pensar. Minha consciência desistiu de mim.
sexta-feira, 7 de maio de 2010
Zé
Um livro aberto sobre a mesa, um rádio, uma gaveta
Assim se encontrava nu, com seus pesadelos e ambições. Perdeu a casa, perdeu o cachorro, perdeu a mulher num desencontro, perdeu o dinheiro e a vergonha de ser pobre. Fora lindo, fora exuberante como um pavão, fora quase um rei. Agora era só com seus delírios. Uma história contada e re-contada milhares de vezes por pessoas alheias à sua felicidade, pessoas esdrúxulas com idéias quadradas e anéis, filhos e parentes para cuidar, grama para cortar, contas a pagar, carros a estacionar. Nada lhe dava mais alegria que sentir-se ótimo perto delas, saber que não tinha mais com que se preocupar, já que o destino lhe daria tudo de que precisasse. Sua memória agora era como uma caixinha de surpresas que lhe revelava fotos desbotadas de sua distante vida, aleatórias como só os sonhos sabem ser. Viveu para sempre em seu onírico mundo, isolado da maldade e do desconforto, longe do chão, perto de Deus.
Assim se encontrava nu, com seus pesadelos e ambições. Perdeu a casa, perdeu o cachorro, perdeu a mulher num desencontro, perdeu o dinheiro e a vergonha de ser pobre. Fora lindo, fora exuberante como um pavão, fora quase um rei. Agora era só com seus delírios. Uma história contada e re-contada milhares de vezes por pessoas alheias à sua felicidade, pessoas esdrúxulas com idéias quadradas e anéis, filhos e parentes para cuidar, grama para cortar, contas a pagar, carros a estacionar. Nada lhe dava mais alegria que sentir-se ótimo perto delas, saber que não tinha mais com que se preocupar, já que o destino lhe daria tudo de que precisasse. Sua memória agora era como uma caixinha de surpresas que lhe revelava fotos desbotadas de sua distante vida, aleatórias como só os sonhos sabem ser. Viveu para sempre em seu onírico mundo, isolado da maldade e do desconforto, longe do chão, perto de Deus.
quinta-feira, 6 de maio de 2010
Livro
Mudo de idéia, recomeço numa nova linha de raciocínio
Eis que me entrego às palavras, às doces palavras unidas em frases unidas em diálogos unidas em histórias que fazem parte do meu livrinho de comédias crônicas - insaturadas de realidade imóvel e terrivelmente coerente, em que páginas e mais páginas de fantasia auto-mutante saltam aos olhos de quem lê.
Capítulo um :: A saída pela direita
Descobri que sou um bicho e que tenho sentimentos
Descobri que animais não são respeitados neste mundo
Capítulo dois :: O caminho torto
Tropecei numa pedra, machuquei o joelho
Capítulo três :: O salto
Resolvi desistir do hermetismo
Resolvi escrever um best-seller
Capítulo quatro :: A pena
Me flagrei solitária escrevendo novamente.
Eis que me entrego às palavras, às doces palavras unidas em frases unidas em diálogos unidas em histórias que fazem parte do meu livrinho de comédias crônicas - insaturadas de realidade imóvel e terrivelmente coerente, em que páginas e mais páginas de fantasia auto-mutante saltam aos olhos de quem lê.
Capítulo um :: A saída pela direita
Descobri que sou um bicho e que tenho sentimentos
Descobri que animais não são respeitados neste mundo
Capítulo dois :: O caminho torto
Tropecei numa pedra, machuquei o joelho
Capítulo três :: O salto
Resolvi desistir do hermetismo
Resolvi escrever um best-seller
Capítulo quatro :: A pena
Me flagrei solitária escrevendo novamente.
terça-feira, 4 de maio de 2010
Dança
Dançando na madrugada fria, danço noite, danço dia
Dançam as nuvens, dança a foice no braço torto manso, olhos paralíticos, olhos de lince, olhos de ver
Dançam as árvores em sutil balanço presas à terra que inunda fértil a criação do universo
Danço peixes, danço mares, danço pregos prepotentes de estilhaços nos pés
Os pés esburacados, as mãos que balançam o equilíbrio perfeito
A dança do sorriso, a dança da dança do não ser, a dança do poema e do verso, dançarinos das palavras malditas
Danço a invenção, a rima, a prosa e a carta de amor, dançaremos juntos até meu verso calar - até minha boca secar
À repetição, ao cansaço, à timidez e à preguiça, dancem, pois, por não temer a má notícia
Das trepadeiras nodosas, dos troncos e das bebedeiras, dançam então, ao sopro da floresta inteira, as sete maravilhas do mundo redondo, os tetos limpos, os gatos frescos, os pais aflitos
Danço na escada da escola retalhada pelo tempo
A dança que deixam meus passos atentos
Dançam as nuvens, dança a foice no braço torto manso, olhos paralíticos, olhos de lince, olhos de ver
Dançam as árvores em sutil balanço presas à terra que inunda fértil a criação do universo
Danço peixes, danço mares, danço pregos prepotentes de estilhaços nos pés
Os pés esburacados, as mãos que balançam o equilíbrio perfeito
A dança do sorriso, a dança da dança do não ser, a dança do poema e do verso, dançarinos das palavras malditas
Danço a invenção, a rima, a prosa e a carta de amor, dançaremos juntos até meu verso calar - até minha boca secar
À repetição, ao cansaço, à timidez e à preguiça, dancem, pois, por não temer a má notícia
Das trepadeiras nodosas, dos troncos e das bebedeiras, dançam então, ao sopro da floresta inteira, as sete maravilhas do mundo redondo, os tetos limpos, os gatos frescos, os pais aflitos
Danço na escada da escola retalhada pelo tempo
A dança que deixam meus passos atentos
domingo, 2 de maio de 2010
Aqui
Ali me deito, sobre o tapete rosado de flores machucadas. Ali, repouso meus olhos e meus ouvidos, deixo minhas lembranças e desejos, descubro que sozinha posso sonhar à vontade...ali se curam doenças, se regeneram tecidos, se criam as mais belas canções e, a vagar pela madrugada escura, imagens se tornam pessoas, pessoas se tornam anúncios e o caos se transforma na coerência pura. Ali nunca estive, ali sempre sou. Ali, dentro de mim, tudo se torna confortável e minha vida inteira faz sentido, alimento-me, nutro-me, cubro-me de realização e cuidados. Em todo lugar, ali existe. Aqui também.
sábado, 1 de maio de 2010
Observante
Inevitável abrir os olhos, perceber, fazer acontecer. É o rumo natural que se toma, a todo instante, estando em paz com o divino...crescer é parte da obra humana, crescer é ser cada vez mais observador e ouvinte de tudo o que acontece ao seu redor, desenvolver uma consciência, uma plenitude que só chega a um certo nível no tempo da velhice (que não quer dizer muitos anos de vida). Mesmo depois de velho, o espírito evolui, evolui, continua existindo e evoluindo e nunca volta atrás, em sua infinita magnitude. Todas as pessoas que passam por nossa vida são ali colocadas por algum motivo, nada de coincidências, nada de enganos. Os enganos são criados por nós e pela nossa limitada mente, escassa de experiências e supostamente portadora de todo o saber do mundo. O que nos engana são os julgamentos. O que nos mata é a ponta da língua. O que nos fere são nossos próprios pensamentos.
Nenhum mal pode me atingir, pois sou infinito.
Nenhum mal pode me atingir, pois sou infinito.
Sem mim
O tempo passou e eu não estava em mim. Estive sem mim esse tempo todo. Acordei, e agora tudo parece diferente.
Às vezes eu me despersonalizo. Às vezes me dissolvo no vento, no tempo, no tédio, na solidão dos meus pensamentos. Sempre que volto à realidade, esta é tão real que é insuportavelmente deliciosa, minhas palavras são sinceras, minha mente flui como um rio desesperado. Penso que existo, mas a única coisa que realmente existe é o amor, o tempo não existe, e eu sou feita do mais puro amor divino. Ainda assim, é esperado de mim resolver as minhas pendências, chacoalho-me e calço minhas botinas de andar no mundo, disposta a enfrentar tudo e todos. Sem palavras para explicar o que são esses lapsos de vida colocados sobre meus ombros sem a minha autorização, deixo-me levar por esse tempo que não passa, esse desdobramento da alma que resulta em infinitas reflexões, essa desilusão tão fantástica que ocorre naturalmente desde que me conheço por gente. A isso chamo o meu sono de vigília, minha doce saudação ao mundo que me aguarda, sem temor, sem conflitos, sem julgamentos...amorosamente amorfo, enfim.
Às vezes eu me despersonalizo. Às vezes me dissolvo no vento, no tempo, no tédio, na solidão dos meus pensamentos. Sempre que volto à realidade, esta é tão real que é insuportavelmente deliciosa, minhas palavras são sinceras, minha mente flui como um rio desesperado. Penso que existo, mas a única coisa que realmente existe é o amor, o tempo não existe, e eu sou feita do mais puro amor divino. Ainda assim, é esperado de mim resolver as minhas pendências, chacoalho-me e calço minhas botinas de andar no mundo, disposta a enfrentar tudo e todos. Sem palavras para explicar o que são esses lapsos de vida colocados sobre meus ombros sem a minha autorização, deixo-me levar por esse tempo que não passa, esse desdobramento da alma que resulta em infinitas reflexões, essa desilusão tão fantástica que ocorre naturalmente desde que me conheço por gente. A isso chamo o meu sono de vigília, minha doce saudação ao mundo que me aguarda, sem temor, sem conflitos, sem julgamentos...amorosamente amorfo, enfim.
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