...porque, dentre as coisas que não são ditas
Existe um universo de palavras perdidas
Poemas, versos, canções
E toda uma geração de rimas intransigentes
Que da boca pra fora não seriam mais que hálito ou mau-hábito
Daqueles que dizem sem pensar e sentem sem dizer.
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Casório
Amanhece...mais um dia depois de outro que veio depois de outro
Todos os dias são camadas do mesmo bolo...
O bolo de casamento entre a vida e a morte
Parabéns aos noivos!
Todos os dias são camadas do mesmo bolo...
O bolo de casamento entre a vida e a morte
Parabéns aos noivos!
Quem?
- Moça, esse EU é seu?
- Não, esse não é m'EU!
- Então toma o meu EU...
- Não quero o s'EU! Quero o m'EU, eeeeeeeeeeeeeeeeeeu!
- Procura no lixo, vai que você jogou fora sem querer...
- Não, esse não é m'EU!
- Então toma o meu EU...
- Não quero o s'EU! Quero o m'EU, eeeeeeeeeeeeeeeeeeu!
- Procura no lixo, vai que você jogou fora sem querer...
E...
...a troco de nada a vida se perde a troco do toco de taco tecido
Justificam-se os meios, afinam-se os motivos
Aos poucos, tudo volta ao normal e ao caos que era antes
Porque dantes, tudo era rotineiro, agora tudo é comum e novo.
Com esses tanques todos, vocês bem que poderiam abrir uma lavanderia...vai ter bastante sangue pra limpar das roupas.
Justificam-se os meios, afinam-se os motivos
Aos poucos, tudo volta ao normal e ao caos que era antes
Porque dantes, tudo era rotineiro, agora tudo é comum e novo.
Com esses tanques todos, vocês bem que poderiam abrir uma lavanderia...vai ter bastante sangue pra limpar das roupas.
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Namorado
Afunda-se novamente no travesseiro
Descasca mais um dilema
Quanto tempo mais, senhor, quanto tempo?
Endiabrada, colapso nervoso no frasco tenso
O ciúmes é algo realmente inexorável, absorvendo boa parte do seu precioso dia
Especula, calcula, meticulosamente atua
Atenua a tênue carne nua ao percebê-la tão enrugada...não há mais diferença entre traidor e traído, verdadeiro e fingido
Todos no mesmo balaio, até sua alma já o sentencia "culpado"
O réu, segue calado.
Descasca mais um dilema
Quanto tempo mais, senhor, quanto tempo?
Endiabrada, colapso nervoso no frasco tenso
O ciúmes é algo realmente inexorável, absorvendo boa parte do seu precioso dia
Especula, calcula, meticulosamente atua
Atenua a tênue carne nua ao percebê-la tão enrugada...não há mais diferença entre traidor e traído, verdadeiro e fingido
Todos no mesmo balaio, até sua alma já o sentencia "culpado"
O réu, segue calado.
terça-feira, 23 de novembro de 2010
Namorada
Uma lembrança te visitou
Entrou pelo furaco da fechadura, caminhou pela sala cheia de gente
Você estava, mas parou de estar
Pois a tratante entrou sem avisar
Te tirou da festa, te deixou na bosta
Você a se perguntar:
"Por que me persegues, ó injúria irregular
És o auge da minha decadência, és o que de mim não posso mais esperar
Fostes um dia uma bela experiência
Agora, és infâmia perdida em meu penar
Gargalhada a me azucrinar
Fogueirinha que o tempo ainda tenta apagar
Tens o gosto do desgosto e uma saudade que me derrete a cada passo que na rua dás."
De repente, ela acendeu um cigarro, um sorriso na multidão se apagou
Todos piscaram ao mesmo tempo, ninguém viu mais nada, nem a lembrança, nem sua ausência inesperada
Todos se esqueceram
E a chave trancou a porta desesperada.
Entrou pelo furaco da fechadura, caminhou pela sala cheia de gente
Você estava, mas parou de estar
Pois a tratante entrou sem avisar
Te tirou da festa, te deixou na bosta
Você a se perguntar:
"Por que me persegues, ó injúria irregular
És o auge da minha decadência, és o que de mim não posso mais esperar
Fostes um dia uma bela experiência
Agora, és infâmia perdida em meu penar
Gargalhada a me azucrinar
Fogueirinha que o tempo ainda tenta apagar
Tens o gosto do desgosto e uma saudade que me derrete a cada passo que na rua dás."
De repente, ela acendeu um cigarro, um sorriso na multidão se apagou
Todos piscaram ao mesmo tempo, ninguém viu mais nada, nem a lembrança, nem sua ausência inesperada
Todos se esqueceram
E a chave trancou a porta desesperada.
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
Vigília
Desafinando mais uma canção, ouvindo o som da noite
Perdendo os sentidos mais uma vez
Velo-te como a uma criança
Meu sono não me percebe, sigo perscrutando cada ponto do meu suave embriagar
Olhos pra conter o riso
Boca para não dizer o que não preciso
Ouvidos...
Vejo-te assim só, no ínfimo da vida
E meu cantar perde-se no sumo da tua voz
Desperta
Agora que o escuro já não causa tanto medo.
Perdendo os sentidos mais uma vez
Velo-te como a uma criança
Meu sono não me percebe, sigo perscrutando cada ponto do meu suave embriagar
Olhos pra conter o riso
Boca para não dizer o que não preciso
Ouvidos...
Vejo-te assim só, no ínfimo da vida
E meu cantar perde-se no sumo da tua voz
Desperta
Agora que o escuro já não causa tanto medo.
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Tese
Com mil fios na linha do esdrúxulo
O limite do perigo
E a linha tênue entre a perseguição e o amor
Costuro o velho passado remendado
O pano surrado e gasto
Da vermelhidão recorrente, sangue mal-derramado dos meus pecados.
Procuramos sempre entender as coisas como se estas fossem um fim em si mesmas. O que não conseguimos perceber ao deparar-mo-nos com uma situação de risco é: por quê? As causas nem sempre estão muito claras à nossa vista, nem todos conseguem atingir a percepção necessária das reais causas daquilo que acontece à sua volta. Sempre a culpa é do outro - e lá estão, quatro dedos apontados em direção aos nossos próprios medos. Assim, deixamos que os fantasmas almocem, dancem, pensem, atravessem a rua...que possuam hábitos tão comuns e tanta liberdade que nem pareçam mais assombrações. Vez por outra, atingem o nível do inconsciente coletivo, presentes, embora inocentes...encontro-os sempre que posso, escovando os dentes, assumindo um compromisso, tirando dinheiro no banco...o que me assusta não é sua presença insossa e fosca, mas sim um pavor de não saber o que querem de mim...
Insípidos, inodoros, tão incômodos...
Voltando a mim, digo que nada do que fizermos pode isentar-nos do destino de assumir as responsabilidades pelo que deixamos passar.
O limite do perigo
E a linha tênue entre a perseguição e o amor
Costuro o velho passado remendado
O pano surrado e gasto
Da vermelhidão recorrente, sangue mal-derramado dos meus pecados.
Procuramos sempre entender as coisas como se estas fossem um fim em si mesmas. O que não conseguimos perceber ao deparar-mo-nos com uma situação de risco é: por quê? As causas nem sempre estão muito claras à nossa vista, nem todos conseguem atingir a percepção necessária das reais causas daquilo que acontece à sua volta. Sempre a culpa é do outro - e lá estão, quatro dedos apontados em direção aos nossos próprios medos. Assim, deixamos que os fantasmas almocem, dancem, pensem, atravessem a rua...que possuam hábitos tão comuns e tanta liberdade que nem pareçam mais assombrações. Vez por outra, atingem o nível do inconsciente coletivo, presentes, embora inocentes...encontro-os sempre que posso, escovando os dentes, assumindo um compromisso, tirando dinheiro no banco...o que me assusta não é sua presença insossa e fosca, mas sim um pavor de não saber o que querem de mim...
Insípidos, inodoros, tão incômodos...
Voltando a mim, digo que nada do que fizermos pode isentar-nos do destino de assumir as responsabilidades pelo que deixamos passar.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Desvelo
Matei no peito a saudade derradeira
Ao vento as lágrimas, ao tempo a solidão
Cada um recebe o que entrega, e se a entrega não existir...de nada adianta esbravejar para o mundo um sentimento inexistente, de nada valem as tardes, as noites, os ocasos e acasos - tudo será cobrado com juros no futuro.
Mais uma vez, embriagarei
Desvelarei dobras no espaço-tempo
Serei sincera com o mundo
Com a mesa do bar
Com os olhos
Com os ouvidos
Com o copo americano.
Ao vento as lágrimas, ao tempo a solidão
Cada um recebe o que entrega, e se a entrega não existir...de nada adianta esbravejar para o mundo um sentimento inexistente, de nada valem as tardes, as noites, os ocasos e acasos - tudo será cobrado com juros no futuro.
Mais uma vez, embriagarei
Desvelarei dobras no espaço-tempo
Serei sincera com o mundo
Com a mesa do bar
Com os olhos
Com os ouvidos
Com o copo americano.
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Paisagem
Como bom cego, tenho o dom de sentir resquícios de saudades. Não faz muito tempo, mas ainda sinto o cheiro da paisagem guardada nas mentes, nos olhos, nas bocas...tudo isso misturado a uma sutil sensação de cansaço, uma vontade de querer voltar correndo e de querer seguir em frente ao mesmo tempo, uma vontade, duas...quanto disso vale à pena? Parece que eu também estava lá, de alguma forma, esperando pra que o acaso desse certo e para que a paisagem nunca saísse da tua mente, das mentes suas. O mais frio nisso tudo é que conheço, sempre, as coisas que me são oferecidas por obrigação e que, no fundo, eu sempre quis que as janelas mostrassem o céu aberto novamente.
Como bom carrasco, tenho o dom de libertar.
Como bom carrasco, tenho o dom de libertar.
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
domingo, 14 de novembro de 2010
HQ - Voltando à frequência
Verdes raios caóticos espalhados pelo céu da minha boca, teto do meu inconsciente totalmente tomado por pontos arroxeados - listras na mente, alfa-ohmygod - alguém me salve! Sobre um caldeirão fervente de tinta azul meus pés pendem a uma proximidade quase insuportável...sufoco ao sentir o calor de seus vapores e ao ouvir o som do ar rompendo a superfície...
Eis que surge ele, o raio-x!
Sua capa enigmática enfraquece as muralhas de pele e carne viva, penetra os sentidos inconstantes, bolhas de pensamento fric fric fric estou enlouquecendo aaaaah
- Olá garota! Quanta confusão, hein!
- Puxa, que bom que você chegou, já estava quase caindo em más tintas novamente!
- Veja bem, monocromatismo não é para qualquer um, temos que observar atentamente tudo o que acontece dentro das pessoas...
- Ah, se não fosse você...(!)
Eis que surge ele, o raio-x!
Sua capa enigmática enfraquece as muralhas de pele e carne viva, penetra os sentidos inconstantes, bolhas de pensamento fric fric fric estou enlouquecendo aaaaah
- Olá garota! Quanta confusão, hein!
- Puxa, que bom que você chegou, já estava quase caindo em más tintas novamente!
- Veja bem, monocromatismo não é para qualquer um, temos que observar atentamente tudo o que acontece dentro das pessoas...
- Ah, se não fosse você...(!)
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
Pulso
Abre-te
Pulsa-te
O extermínio da fragilidade
É o enfraquecimento da verdade
Não somos perfeitos, nem devemos deixar que nos seja cobrada a perfeição - nem por nós mesmos
Sou o que devo ser neste momento, e só o que posso é querer ser melhor a cada dia
Entendendo que sempre sou, independentemente do que venha a ser depois de amanhã.
Pulsa-te
O extermínio da fragilidade
É o enfraquecimento da verdade
Não somos perfeitos, nem devemos deixar que nos seja cobrada a perfeição - nem por nós mesmos
Sou o que devo ser neste momento, e só o que posso é querer ser melhor a cada dia
Entendendo que sempre sou, independentemente do que venha a ser depois de amanhã.
domingo, 7 de novembro de 2010
Guia de cego
A alegria vem, você querendo ou não...
E quando vier, receba tudo
Vamos na alegria
Que sobre ela deslizamos
E para onde? Quem nos guia...
Te guio, me guia
Porque daqui eu não conheço nada além do que já vivi
E tenho esperança de sempre conhecer mais um pouquinho.
E quando vier, receba tudo
Vamos na alegria
Que sobre ela deslizamos
E para onde? Quem nos guia...
Te guio, me guia
Porque daqui eu não conheço nada além do que já vivi
E tenho esperança de sempre conhecer mais um pouquinho.
sábado, 6 de novembro de 2010
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Ponto
Olhei para um certo ponto indeterminado
Não sei por que, lembrei de alguma certa coisa boa em você
Assim, um ponto, um pontinho
Eram vários pontinhos
E todos eram esse caminho...que desembocava na curva do...
Mais indeterminado, só o próprio tempo
Que, de tanto esperar, já até esqueceu de como se esquece
Por que, então, não lembrar, ao invés de esquecer?
Lá - no ponto - tinha uma luz
Mas estava meio apagadinha
Deve ser por que saudade
De ver ser sinceridade
Amizade
Tudo junto
Eu...não separo mais nada, nem ponto, nem vírgula, nem pensamentos.
Não sei por que, lembrei de alguma certa coisa boa em você
Assim, um ponto, um pontinho
Eram vários pontinhos
E todos eram esse caminho...que desembocava na curva do...
Mais indeterminado, só o próprio tempo
Que, de tanto esperar, já até esqueceu de como se esquece
Por que, então, não lembrar, ao invés de esquecer?
Lá - no ponto - tinha uma luz
Mas estava meio apagadinha
Deve ser por que saudade
De ver ser sinceridade
Amizade
Tudo junto
Eu...não separo mais nada, nem ponto, nem vírgula, nem pensamentos.
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