Esse tempo...que tão depressa me ultrapassa e tão rápido me consome - tanto em tão poucos dias e já nem posso assimilar tanta informação derramada. Tanto tempo, as horas são como nuvens e os dias sem sol serenos, as noites folhas leves, os meses céus infinitos - meu tempo é agora, fazer o quê?
- Noite quente, esta de hoje!
- É, acabou o frio, todos temos que seguir em frente.
E quando o céu não gira? Para onde vou que nem minha sombra me segue? Não, os dias são meus e não largo o osso, mas admito que a doação de certos momentos me faria bem. Me deram tantos instantes, todos os segundos de vida que poderia querer, e não sei o que fazer! Como posso querer menos que isso? Digo, o tempo me consome mas dele não posso escapar. E o tempo é meu principal presente.
sexta-feira, 29 de junho de 2012
terça-feira, 26 de junho de 2012
Paisagem
Despertei enquanto era tempo: Olha!
A neblina cobria minha cara, tapava tudo, estava frio. Acordei e olhei...parece que estou nas nuvens!
Nas nuvens fiquei pois era ali que me sentia bem. Nas nuvens pairei, pirei, me perdi.
E agora sou floco de nuvem.
A neblina cobria minha cara, tapava tudo, estava frio. Acordei e olhei...parece que estou nas nuvens!
Nas nuvens fiquei pois era ali que me sentia bem. Nas nuvens pairei, pirei, me perdi.
E agora sou floco de nuvem.
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Manifesto II
Abrir a mente não é apenas usar roupas diferentes, não é pensar diferente, não é se revoltar contra a sociedade e fugir do mundo. Abrir a mente não é ouvir músicas desconhecidas, não é assistir a filmes iranianos ou usar este ou aquele produto. Abrir a mente é mais que isso...abrir a mente é desenvolver uma capacidade maior de compreender atos humanos. Abrir a mente é ver o mundo com olhos de criança, é encantar-se com o belo e simples que a correria dos dias modernos não permite enxergar. Abrir a mente é desfrutar de cada momento, é entender que tudo passa e que o apego não vale a pena. Abrir a mente é abrir mão de expectativas, deixar o mundo fluir, permitir que a vida se desenvolva de acordo com sua própria natureza. Abrir a mente é abrir horizontes, conhecer, dar-se tempo e aprender algo novo a cada instante. Abrir a mente é sentir, vivenciar e amar cada vez mais. Abrir a mente é criar novas maneiras de lidar com as emoções, é enxergar com os olhos do coração. Abra-se, mente, estou aqui para te ouvir.
Oniricamente (para minhas experiências culinárias)
Primeiro Ato - a queda
- Dentro de um ano e meio terei um filho. Ele se chamará nova vida.
- Mas, e se a sua mulher não concordar com seus planos de paternidade?
- Ela VAI concordar. Está sob meu domínio agora. Pare de chorar. Enxugue essas lágrimas falsas. Você não é mais o centro do universo. Você não é. É apenas gasto de energia. É apenas resto.
Segundo Ato - a maldição
Posto que tudo o que faz sentido me incomoda. Veja, tudo é incongruência nos métodos científicos, nos meios acadêmicos, nas bíblias, na televisão. A escola não maltrata seus alunos, mas não os obriga a serem seres humanos. A família está porque está, não tem outro jeito se não estar. A igreja repete as fórmulas, o estado desliza por cima do muro, o universo conspira a favor...é um estado de graça tão racional que merecia ser fotografado.
Terceiro Ato - a degradação
Ainda me consumo como chama viva
Queimo em sílabas e sonhos, em formas e silêncios, em melodias e multidão
Ermo canto em sincrônicas voltas - sou fogo e sou canção.
Quarto Ato - de volta para o futuro
Otimismo nunca foi meu forte.
Mas, tá.
Vou sorrir quando o sol chegar e olhar pela janela mais uma vez.
Teresa
Soda cáustica. Pensou serenamente em confinar seus últimos desejos a uma carta endereçada ao porvir:
Pensou em ser outra.
Pensou em pular.
No entanto, nada a continha de seguir com seu plano, que ali mesmo demonstrava ser uma tremenda fria. Acabar logo com tudo aquilo não seria mais rápido e eficaz? Não...havia algo que ela devia descobrir. Havia algo para ela, sem dúvidas. Havia o mundo, ao qual ela não poderia renegar nem mesmo depois de morrer. O mundo estava agora atado a ela, ela ao mundo, a vida correndo atrás de sua sombra em perseguição obstinada...o mundo era agora excessivamente dependente de sua existência. E se o sol parasse de brilhar com sua partida? E se o ar desaparecesse?
Não, jamais poderia cometer tamanho crime contra a humanidade.
quinta-feira, 14 de junho de 2012
quarta-feira, 13 de junho de 2012
Oração III
Ainda bem! Ainda bem que não estou amarrada a nada como um prisioneiro a bolas de ferro. Se estivesse, daria um jeito de quebrar as correntes. Ainda bem que minhas crenças mudam, que meus objetivos mudam, que minhas expectativas mudam! Ainda bem que só possuo um corpo e olhe lá...Deus me livre de acreditar ser uma ideia, não apenas minha mas, pior, uma ideia que os outros poderiam fazer de mim. Deus me livre de me ver livre de pensar. Deus me livre de não ver tudo isto que estou vendo: que os anjos me ajudem a me livrar do conformismo. Que nem estas palavras me pertençam. Amém.
quinta-feira, 7 de junho de 2012
Oração II
Não vou dormir. Vou passar a noite escrevendo porque só assim me liberto de estar, só assim escapo de meus pensamentos. Só assim me verto.
Não vou dormir.
Sei que apagarei pela manhã, exausta de tanto fluxo, exaurida de palavras, exangue. Sei também que a calma me abalará. Me arrebata os sentidos sentir essa paz. Me doem os ouvidos. Me doem as palavras. É essa rua cheia de vazios - gritos, impulsos, ruídos - é essa vida.
Essa vida.
Se me fazem crer que há uma via de mãos dadas valendo cada segundo de existência, esquecem de me fazer crer que visto a pele de vida como cobra e troco a cada estação as meias furadas, que cresço em função do sol, e não da alvorada. Me visto, me troco, me sinto, me broto. Tudo em mim é esperança e medo - vazio e solidão - uma semi-reticência em botão. Copo cheio, as informações transpiram-se de mim sem receio, e eu fico assim, com tanta vergonha! No meio...
Pulo de estação:
aqui tudo é paz.
Beiro a estrada e me deixo à deriva nas curvas do sonho - sinto-me em tempos de Beethoven, quando usar peruca era algo tão normal quanto calçar sapatos. Aqui tudo é misterioso e as casas não têm corredores, mas sim quartos sucessivos e tão amplos que poderiam abrigar este apartamento inteiro. Beiro as ruas e tudo me lembra. Beiro as ruas e tudo. Beiro as ruas e...novamente em ostracismo - bens comuns são coisas do passado.
Só eu me li três vezes em três minutos - não me convenço de nada - e quem chegar até aqui ainda estará tão perdido quanto eu atravessando a Iguaçu vendada. Já falei de olhos, de móveis e labirintos e da manipulação de guarda-chuvas. Já falei e, até agora, a música que ouço é a rua. Um homem passa gritando, mulheres nuas cantando - faz frio. E sua nudez é íntima e vermelha. Como um verso. Como esta noite. Amém.
Não vou dormir.
Sei que apagarei pela manhã, exausta de tanto fluxo, exaurida de palavras, exangue. Sei também que a calma me abalará. Me arrebata os sentidos sentir essa paz. Me doem os ouvidos. Me doem as palavras. É essa rua cheia de vazios - gritos, impulsos, ruídos - é essa vida.
Essa vida.
Se me fazem crer que há uma via de mãos dadas valendo cada segundo de existência, esquecem de me fazer crer que visto a pele de vida como cobra e troco a cada estação as meias furadas, que cresço em função do sol, e não da alvorada. Me visto, me troco, me sinto, me broto. Tudo em mim é esperança e medo - vazio e solidão - uma semi-reticência em botão. Copo cheio, as informações transpiram-se de mim sem receio, e eu fico assim, com tanta vergonha! No meio...
Pulo de estação:
aqui tudo é paz.
Beiro a estrada e me deixo à deriva nas curvas do sonho - sinto-me em tempos de Beethoven, quando usar peruca era algo tão normal quanto calçar sapatos. Aqui tudo é misterioso e as casas não têm corredores, mas sim quartos sucessivos e tão amplos que poderiam abrigar este apartamento inteiro. Beiro as ruas e tudo me lembra. Beiro as ruas e tudo. Beiro as ruas e...novamente em ostracismo - bens comuns são coisas do passado.
Só eu me li três vezes em três minutos - não me convenço de nada - e quem chegar até aqui ainda estará tão perdido quanto eu atravessando a Iguaçu vendada. Já falei de olhos, de móveis e labirintos e da manipulação de guarda-chuvas. Já falei e, até agora, a música que ouço é a rua. Um homem passa gritando, mulheres nuas cantando - faz frio. E sua nudez é íntima e vermelha. Como um verso. Como esta noite. Amém.
quarta-feira, 6 de junho de 2012
Bilhar
Leio-me antes
agora sou rima andando em letras costuro sentidos
Ando em frases
em coisas íntimas e tão sutis em tão grandes problemas tão pequenos casos mínimos médios nada
Médicos me acudam
sou pêlos em crinas de centauros
Maus.
Jogo-me ao jogo lento
brilho em luzes lentas
luto lutas lentas
aposto-me e perco.
segunda-feira, 4 de junho de 2012
A verdade
Que seja verdadeiro
Que seja real
Que seja justo
Que seja leal
Que me importa
Que já não seja
Se não for vivido
O que o espírito almeja.
Que seja real
Que seja justo
Que seja leal
Que me importa
Que já não seja
Se não for vivido
O que o espírito almeja.
domingo, 3 de junho de 2012
Caminho
Em tudo e em todos
Sou o que o tempo determinar
Nem dona de mim nem do mundo
Sou o que o tempo determinar
Acabo por recomeçar
recomeçando me esqueço e me lembro
Esqueço pois sei que não levo mais nada
nem da vida, nem do espaço...nada
Novamente me guardo na sacola
De molho, no bolso, esperando
À espera de vidas passadas
Ou futuro, com cartas marcadas
Ao todo, seis anos de vida
Em idas, em voltas, saídas
Ao todo, seis anos e nada
me oculta da face a ferida
Recomeço lembrando quem sou
Lembrando esqueci o que passou
Nova eu, novo tu, novos nós
Tem pressa o viver, vamos sós.
Sou o que o tempo determinar
Nem dona de mim nem do mundo
Sou o que o tempo determinar
Acabo por recomeçar
recomeçando me esqueço e me lembro
Esqueço pois sei que não levo mais nada
nem da vida, nem do espaço...nada
Novamente me guardo na sacola
De molho, no bolso, esperando
À espera de vidas passadas
Ou futuro, com cartas marcadas
Ao todo, seis anos de vida
Em idas, em voltas, saídas
Ao todo, seis anos e nada
me oculta da face a ferida
Recomeço lembrando quem sou
Lembrando esqueci o que passou
Nova eu, novo tu, novos nós
Tem pressa o viver, vamos sós.
sábado, 2 de junho de 2012
Assinar:
Comentários (Atom)