quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Eu passo por cima
Atropelo o que vem
E finjo que não vejo
A rima estatelada


terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Sumiço da boca que sorri

Elas estavam ali, o tempo todo. Eu te agarrando com os olhos e passando em raio-x todo teu corpo, tua essência capturada e cativa pra sempre na minha frágil memória viva. Tudo em volta anunciando: vocês são o mundo, agora! Pois falem mais alto pra não se ouvir o grito da apatia!

As pessoas bebem pra lembrar do que esquecer?

Eu ainda acho que lembro, pra variar. Mas coleciono os esquecimentos, pra doer menos e abrandar a finitude de tudo, pra não me esquecer jamais.
O sorriso da Monalisa
Dividido entre o medo e a preguiça.

Princípio (ou Para um fim destrambelhado)

Na saliva derretendo delirando - me perdi no teu titubeio confuso ou dele sempre fiz parte? As certezas não se medem por palavras, isso é certo. É só ambígua a minha breve certeza de tudo, mas ainda penso que existo. Insisto, tento ser outros, mentes, corpos e cabelos, sou um cavalo. Tento com força, me exijo prática, inflamo e arrefeço, reclamo. Ainda posso ser mais alta que essa dor - essa dor imensa! Me exijo que suma, todo esse ódio e essa calma, mas amo, acima de tudo, o silêncio. A alma. O que me sonha ao ser sonhado com tanta força. Espero. No fim de tudo, quem sabe? É o tão desejado começo: onde acaba nossa linha e recomeça o mundo.