E aí me disseram pra coletar tudo o que se relaciona com o peso que carrego: junta tudo e dá uma olhada?
Bem complexo, isso aí.
Luz híbrida retorna ao não voltar.
Que brilho ultrapassa o sonho ao acordar
Acordando de um relance: a noite solar.
E volto.
Ao retornar descrevo o caminho por onde passei
Tentando dissolver o fóssil, ele não está mais lá
Só o fóssil do fóssil, assombra a me sombrar
O fóssil do fóssil do fóssil reslumbra resquício
Idade lunar
Parede entre encarnações: me segue até lá.
Quem sabe nos encontramos
Num outro lugar?
Tive que voltar.
Porque sempre me chamam pelo nome que é um fio
Ainda linhas escrevo dentro da minha cabeça ao deitar
Que ainda fios me seguem sem eu deixar
Porque não deixo
Acordo e ainda sou o que sonho ao sonhar
A verdade mais límpida, a que não posso enxergar.
Eu olho pra ela e rio ela sou eu
Aos 13, 14, 17 anos até 44
Ela não era, ela sou eu
Segue sendo ainda que pensem que não
Me toca porque não houve assim uma cerimônia de encerramento da adolescência
Nem da infância
Nem de mim aos 20 inteiros gastos com pena delas todas
Se repetem, ano após ano
Olhando por cima do ombro para trás e achando que virou outra.
Como caindo no exercício de se mirar
Carnivorando a respiração precisante de perdurar
Se pendurar na anatomia do fio que liga a vida e desliga a dor
Alongando na sálvia saliva do perfume flor
Mais uma vez, espectro
Transduto de coices metálicos ao lado de todas nós em fases semi-bucais
Lâmpadas (outra vez) me lâmpadas - me limpe
- Todo borrão espera seu coito, sua malícia viva na pedra olho vulgar
Mas me mate-me de tanto esperar - a vida me intempera
Poesia é idioma nuclear