domingo, 10 de outubro de 2021

Lembrança

Sou fácil e firme que esqueço sempre à revelia

Esqueço do apreço não tenho palavras pra toda empatia

Se lembro de coisas reais só através de outras falas tardias

Na minha cabeça palavra não fica e esqueço se algo fazia


Esqueço que lembro só do que me dói e vicia

E lembro que o preço que pago é talvez esquecer desse dia

Sou fácil e firme que esqueço que raiva sentia

E esqueço que lembro que além de raivosa também te esquecia






A ciência me iludiu

Já esqueci o que ia falar

Não era pra você, também

Era pra nós

Que esquecemos sempre do mais importante:

entender.

(Acrescente aqui sua expectativa)

Não dar conta de si quer dizer se deixar encantar

Não dar conta de si quer dizer se deixar viver

Eu não dou conta de mim e do que vou ser

Sou a loucura por trás dos olhos de quem me seguiu

Pra saber que nada importa que somos loucas no final

Ninguém é normal


Fazer as pazes com o não ser também é amar

Me dar conta de que vai acabar

Derreter

Ao final, ninguém vai me julgar

Também vou embora

Também vou voltar

Também vou embora

Também vou voltar

Também vou embora

Também vou voltar.


Sumidouro II

Agarrada a um pedaço confuso de algo gigante e inacessível



Refúgios

Sem saber os limites, foi diminuindo até que sumiu

Isso não é um poema (ainda bem)

Eu não sou companhia melhor

Do que você mesma em solidão


Ficamos sozinhas na noite

Todas nós harmônicas

Somos calmas e fáceis de lidar


É fácil mudar um pensamento

Assim, tranquilamente

Como quem nasce

Como quem morre


Apenas por saber

Que não vale a pena

Endurecer e invejar

O que não faz parte do teu mundo

Deixar ser


O que não com você não tem mais a ver

Que nada além de você te concerne

Se ocupa da tua loucura

Se mistura com a tua calmaria

Mescla

Só com a tua própria imensidão