segunda-feira, 9 de julho de 2012

Fluxo

Um cheiro engraçado
Aquelas cores todas
E eu no caos:
à beira de um colapso solitário

As imagens voltavam à mente incansáveis
Os sonhos, realidades paralelas em círculo constante de desobstrução de idéias
e essa força girando

As cores
Não entendo nada - eu disse
Assim me achei

Girando as luzes, sombra de velhas sombras assombrosas

Por que fazer sentido, então?
Se no ápice do sentimento está tudo tão claro e nítido que quase posso arrancar e colar na parede os versos de uma alma obscura! Ora, deixe-me em paz, direito. Raciocínio.

A luta contra o cérebro é a luta contra a razão contra a alma? Ora, acho que os animais também têm alma...mas é só uma opinião. Não morrem se não são mortos e vivem se não fenecem de fome ou tristeza. Eu estava quase voltando ao meu posto de segurar meu corpo em meus limites, quase chegando ao controle, quase cercando minhas linhas divisórias entre tempo e espaço mental. Quase!!! E Gabriel García Márquez segue em demência. Volto ao ponto e...voilá! Cá estou em Esopos e fábulas místicas e perdendo-me em encontros e despedidas, orcas e famigerados chás sagrados. Agora, cá entre nós, há tanto para se ver...e a graça se perde quando tento segurá-la por muito tempo. Isso é bem interessante. 


Posso usar a referência que quiser, posso me dirigir a qualquer pessoa. E a construção será sempre minha, por quê? Porque tudo é nada e isto é tudo. 


Se tento me forçar a lembrar, esqueço tudo, até de tentar lembrar. Se tento pensar, preciso respirar, preciso de ar! Se tento encaixar uma frase em outra, milhares de milhões de possibilidades de novas idéias traçam riscos coloridos sobre a primeira ideia antes que eu possa sequer completar uma sequência concatenada de pensamentos, e todas as novas ideias me distraem, me atrasam, me eternizam, me vaporizam e sucateiam minhas primitivas intenções. Leio, releio, permeio minhas novas ideias com valores antigos e novidades eremitas, enclausuradas em gaiolas verdes por não terem local apropriado no vasto mundo da utilidade prática - permito-me saber e entender. É verdade, eu crio meus sentidos.



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