domingo, 10 de abril de 2016

Chá com Haendel

Buscando a inspiração, parei pra me assustar com minhas pausas decididas.

Parei um pouco, enganchando os fios da pouca-memória seletiva, arruinando sedas e linhos com palavras mudas - trágicas se não fossem cômodas - ao contrário do que sempre me acostumo a me convencer: sou um enigma pra mim mesma.

Devora-me ou te decifro, os algarismos que voam sobre a mesa, os gemidos resignados em semênticas ilusões. Respingos. Fúrias. Falsas injúrias.

Faço um chá ao som do vento, e o sopro vapor me amolece o crânio com beleza institucional: já não sou eu quem faz as perguntas, apenas respondo ao meu surdo interesse.


Um comentário:

  1. Me identifiquei com a parte do enigma para mim mesma. Acredito que o meu maior desafio seja decifrar quem sou porque quando sou não me demoro a ser. Estou em constante mudança e o quebra cabeça nunca estará completo.

    Me encantei com teu blog. Talentosa com as palavras.

    Beijos

    http://neuzamiranda.blogspot.com.br/

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