Nada mais importa
E que eu desapareça pelos buracos
Sumindo enquanto converso com as diversas projeções que espalho
Esboçando um universo autêntico
Louco, a loucura sempre romântica
Que não experimenta entender o que já escapou
Intimidade pública, eu sou uma autoridade explícita
Máxima capacidade de mentir o tempo todo que me importo
De parecer até pra quem não me sabe uma sumidade súbita
Logo ela, logo ali
Com o olhar vago fingindo que não permite que tudo lhe atravesse
Como raios de estrelas cadentes furando a pele e o espírito
Transparecendo uma inteireza tão caída que amolece
O silêncio da madrugada como escudo
Pra não dormir com o barulho dos pensamentos cada vez mais agudos
Estarrecedor
Estou só com o tempo, que me acompanha no rosto muito de perto
Baforeja no meu pescoço e me enforca
A música que é senhora das minhas rugas e meus tormentos
Deve ser isso, virar fumaça
Se despedaçar o tempo todo
Ficar pelo caminho sem controle
Ensurdecer pois está tudo tão abafado
E é quente dentro do ouvido
Tem algodão, tenho certeza.
A tua leveza é tão sobrenatural
Você parece uma pena.
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