Vou jogar na lixeira
A palavra toda que te usei
Que eu era uma agora não
Sou entre meios de mim de que onde não era
Perdi minha dor
Onde foi que deixei acusada
Uma dor avassalada
Presa, num canto, ofuscada
Perdi o que tinha
E mais nada
Te dei um canto
Uma lôa
Uma aura de mil coisas boas
O melhor da minha sutil audição
O que olhei de você e captei
Te dei como quem sempre esquece
Que ver nem sequer se parece
Com a clara lembrança da aurora
Com os mil pesadelos de agora
Com a nua e real solução
Te dei e daria pra sempre
O que já não existe e não sente
A metade da minha enchente
A vazão do meu sim e meu não