segunda-feira, 26 de março de 2018

Apagar

De tudo o que busco espero canso
Canso de mim principalmente
Da rua deserta e tortuosa do fio da meada do pensamento infinito
Acaba que um dia tudo vira do avesso de vez em quando
E tanto me tomo como algo muito sério
Que de vez sem sempre me acho matutando...

E se eu fugir de mim? E fugindo acho talvez aquela saída que espero desde que tive um olhar sobre mim mesma

Não espero, não sei mais o que é carne osso pensamento
Cheia
Metade encalacrada na promessa do que nunca vou viver. Ou iria?

Quem sabe fazer de nada pra sair do fundo, mas e o fundo onde fica?

Por isso esqueço, mais e mais, cada vez
Profunda pra pedir socorro num grito silencioso, só pra mim
Me ajude, me salva, eu
Volta pra cá

Ou volta pra indefinidamente me perder
Tanta volta
E talvez tudo seja o significado disso mesmo, puramente o que não consigo definir nem explicar
Talvez tudo seja só isso mesmo
Voltar, a volta
De volta

Renegando o desejo de sair de fininho ao todo que me ofusca
Suspiro, cedo à tentação de tentar novamente

Pode ser que assim apague tudo o que não escrevi.

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