terça-feira, 8 de setembro de 2020

Estações

olho vazio de imensidão escura

perde ao longe a carreira do pensamento

mirando uma direção que já não existe

num lugar que já não ocupa:

o cheio de outro coração desesperado


busca o que não vê mas sabe que está

na negação dos sentidos, na entrega silenciosa

vertigem luminosa pisando a matéria-passado

que é hoje, é futuro de tão incerto

é tão nunca que sempre foi

e nunca tão perto


ofusca

brilhos da eterna parecência

do tentando ser o que não se sabe

correr da sua mesma sombra

atrás do seu mesmo sempre










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