Quem nunca olhou pra montanha detrás dos meus olhos não sabe o que esconde
A neblina fosca no fundo da cabeça vapor
Uma cor bem quase nada
Não nítida
Mas por trás da montanha escuro
Um vale nem eu sei o que vai porque nada volta de lá
Vem um segundo ele-eu que sou subindo
Tentando me agarrar na bordinha da ponta com neve e tudo
Olhando pra baixo pensando em escorregar talvez quem sabe
Olhar
Pra fora do olho quem vê já não me enxerga
Sou eu olhando pra trás de outra montanha agora salto
Eu-ele pulamos pra dentro de outra miragem
Nos atiramos no precipício
Engolidos pela sede de sermos vistos
Lá no fundo, deglutidos
Misturados ao que outra visão carrega
Já somos parte da paisagem
Estamos ali habitando
Esperando o dia que seja
De enxergar o sol por trás da nuvem.
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