quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Passeio público

Desceu as escadas, abriu a porta, saiu. Depositou as sacolas de lixo na calçada. Andou vinte passos até a próxima esquina e virou à direita. Desceu a Alameda Cabral. As putas não dormem, lembrou. Chegando na praça Osório, viu garotos tomando um fresco banho na fonte. Peruanos tocando. Velhos fofocando. Rapazes engraxando. Seguiu pela rua XV, talvez algo lhe chamasse a atenção, quem sabe? Alcançou a Universidade, talvez uma passeata, um protesto? Não, nada acontecia. Reitoria.

Nada de novo, CEUC, pensões de estudantes, ônibus perfeitamente ecológicos. Decidiu caminhar até o Mercado Municipal: por que será que os pedestres INSISTEM em usar as ciclovias? Comprou um punhado de amendoins. Castanhas, ervas, juá para os dentes. Quem controla os quinze minutos máximos de estadia dos carros na rodoviária? Esperou cinco minutos, tubo vazio, quase um milagre! Centenário-Campo Comprido, do contrário, seria obrigada a descer na praça Rui Barbosa - quem controla o total esvaziamento dos expressos?

Chegou em casa, começou a chover.






Um comentário:

  1. Queria ser um pouco de caos
    Mas acho que não seria
    ficaria olhando enquanto você refletia
    Com minhocas, árvores, bonitos colégios e ruas que me levariam à distração.
    Disfarçaria.

    Despeço-me um pouco antes da chuva
    Feliz por conhecer um pouco de suas ruas
    Sem te conhecer, me conhecer e nem saber de onde vim.
    Mas digo que já estive por aí.

    e quando estiver por aqui...

    ResponderExcluir