Deixar a leveza me consumir em pedaços
Aos trancos barrancos me empurrar do penhasco
Sou fera ligeira saboto todos os passos
Entregue e presa aos teus possíveis abraços
Procuro nos olhos me despedir dos destroços
Que dias de chuva desperdiçaram sem rastros
Murchando as flores dos destemidos negócios
De cântaros mágicos e disponíveis acasos
Sou planta rasteira farejo todos os ossos
Dos pântanos beira o invisível remorso
De tanta sujeira vai espalhando os caroços
De um mundo inteiro contrariando os esforços
Sou pedra, parada, festejo todos os ócios
Sem ti não sou nada além de tudo no espaço
No afã de esquecer celebro cada estilhaço
De tudo o que temos e sobra só o bagaço
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