segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Espaço

Me reapaixonar pelas versões que cavo de mim mesma

Sentir novamente a vida dilacerando o sentido, não me deixa olhar pra trás

Acabo de renascer, já morro novamente

Mergulhada no tudo, a culpa, o caos, a confissão

Evapora, será que sempre fui eu mesma meu grande amor?

Estou fadada a cair por mim, em mim, sempre só

Fugindo de me perder daquilo que mais amo

Minha solidão


O conforto de não cumprir

O conforto de não caber

O conforto de suprir

As minhas próprias expectativas inatingíveis

Só eu mesma grande rainha

Da grande poesia da minha vida inteira

Por nada me trocaria

Por nada me deixaria

Jamais não me escolheria


Me quero e abuso da minha compaixão inconsumível

Nada é possível compatível tangível

Não posso, não deixo, nada mais vai entrar

Aqui me permaneço e esqueço

Que outro espaço não há


Cercada, nada será mais seguro

Que este meu próprio lar.









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