Elas me leem e esquecem que existo no instante antes de terminar a última palavra
Será que eu queria ser lembrada?
De que vale a lembrança alheia se eu de mim mesma nunca tirei nada de bom?
Anunciar a queda e esperar os aplausos ruidosos, antes ameaça e nunca resolução
A constante armação da fuga, germinar destroços, gerir a escuridão
Esqueço, me permito, mas por momentos muitos curtos, aproveitar a existência e dançar a vida
Apenas amostras grátis de eternidade
Olhar um passarinho na janela e me emocionar
Ouvir um choro e chorar
Abrir a boca e cantar
Só nesses momentos me escuto e me entendo
Lembro que tudo existe e nada
Que o tempo é ilusão
Que fujo da enormidade da vida por sabe-se lá que motivo
Não queria mais fugir.
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