Sentir a queda com todas as suas vidas no percurso. Virar chaves e me permitir sentir. Definir em cada passo a próxima paisagem, escolher para onde olhar, assumir o total controle dessas escolhas. Em cada momento sou manipulada pela força das minhas experiências do passado. Se me deixar ao sabor do vento, também terá sido uma escolha, fruto de uma intenção, vontade de movimento. A transformação é que nos move, a entropia das possibilidades, a administração do caos. Esperar nada mais que o inesperado, a surpresa, mesmo que isso nos custe a falsa impressão de controle total. No fim, posso controlar tudo, já que tudo é inesperado. Não existe o imprevisível, porque tudo pode acontecer. De repente, o se, de repente, o tudo, o turbilhão, a calmaria logo após. A vida é tediosa, na maior parte do tempo. Manter o fascínio, quando o incerto escancara seu jogo de luzes e ilumina o que estava oculto por trás do corriqueiro. Descortina a mudança, os saltos, as revoluções. O que nos afeta é o que nos move em direção da eternidade, que nada mais é se não momentos. Aproveitar uma eternidade passageira.
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