O silêncio grita a expansão do pensamento
Sou tanto que nem pouco acho
A vida
A manifestação da vida
A festa
A celebração
Manifesto a luta por subir no alto de minha própria cabeça
Entrego cada momento ao acaso resoluto
À minha perfeita ausência de certeza
E o que sinto, compreendo, entendo
Olhando por dentro dos labirintos esfumaçados da calma
Do vazio
De mim e dos outros
O afeto que transborda
O amor que me liberta
O amor pelo mundo, o amor pela vida
Sinto tanto, que tanto sou
Pressinto o medo, a angústia
Todos eles enfileirados e prontos pra me agarrar com delicadeza de cão
A vida torta reta obtusa esguia
Que esgueira seus esquecimentos entranhados em célula
Sou partícula, breve, fugidia, já fui
E me encontro novamente aqui, nesse fio
Onde sei que me permitem errar quase sempre
E quase nunca me desconheço por completo
Pressinto-me fúria, uma raiva incontida
Uma dureza que eleva, uma flecha que cura
O movimento, reto, direto, certo por vias aéreas do fluxo da mente
Mato e reacendo a chama do que sei que existe em mim de arte, controle, pureza, dom
Mas sempre alerta, olho aberto, cara limpa e sorriso franco
Só assim me enterneço com a doçura que carrega um espanto
O susto que me acaricia
A porrada que me desperta pra uma nova linhagem de sonhos
Num respirar profundo
Um sopro, um chão.
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