Do amor só tenho a incerteza
Saber que posso cair a qualquer momento
No abismo ruidoso do meu próprio silêncio
Olha pra tudo isso, vê como você faz parte
Vê como o mundo te contém e, ainda assim
Você pode achar que é algo separado de si mesma
Vê como, num piscar, tudo pode fazer sentido ou não
Tudo pode existir apesar da sua insistência
Ou nada pode mais ser visto se não pelo olhar da sua consciência eterna
Eu existo?
E se aqui for o inferno
E se escolher e viver conforme as escolhas for a lâmina do destino
A faca afiada que corta a minha alma em mil
E me faz viver múltiplas realidades ao tempo do tédio
Tudo pode ser comum
Tudo pode ser extraordinário
Basta fechar os olhos, morrer na ilusão de ser tudo tão grave
A ponto de nada mais importar de tanto que tudo importa
A ponto de explodir, ebulir, exorbitar
Até que me pareço com a imagem que criei, a semelhança
Rapidamente volto ao mero acaso de ser flexível com a vida
Pois só escrevo mesmo sobre o que não existe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário