terça-feira, 24 de dezembro de 2024

Rastro

Do amor só tenho a incerteza

Saber que posso cair a qualquer momento 

No abismo ruidoso do meu próprio silêncio


Olha pra tudo isso, vê como você faz parte

Vê como o mundo te contém e, ainda assim

Você pode achar que é algo separado de si mesma


Vê como, num piscar, tudo pode fazer sentido ou não

Tudo pode existir apesar da sua insistência

Ou nada pode mais ser visto se não pelo olhar da sua consciência eterna


Eu existo?

E se aqui for o inferno

E se escolher e viver conforme as escolhas for a lâmina do destino

A faca afiada que corta a minha alma em mil

E me faz viver múltiplas realidades ao tempo do tédio


Tudo pode ser comum

Tudo pode ser extraordinário

Basta fechar os olhos, morrer na ilusão de ser tudo tão grave

A ponto de nada mais importar de tanto que tudo importa

A ponto de explodir, ebulir, exorbitar


Até que me pareço com a imagem que criei, a semelhança

Rapidamente volto ao mero acaso de ser flexível com a vida

Pois só escrevo mesmo sobre o que não existe.

Nenhum comentário:

Postar um comentário