quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

Inventário do sono

Não sou eu quem bate à sua porta com seus tratamentos formais e suas quantidades pesos e medidas, tudo exato

Tudo em seu lugar

Crescer, não importa a dor

Sentir, não importa o peso da vida

Tudo pode ser sentido

E eu sigo aqui, engessada na formal ideia que fiz de meu caos

No absurdo intento de revogar o poder do destino

Na falta de crédito que dou aos meus pequenos passos

Tão ínfimos, pequeno risco

Só um traço por volta da sombra das minhas mágoas, angústias

Afinal, pra que tanta angústia?

No fim era o caos, o medo, o sono

E tudo se voltava para o mesmo local, o medo, o sono

A fome de sentir o mundo por dentro, a pressa de contar vantagem sobre o tempo

Nada pode ser tão implacável, a terra come, a água leva

São só palavras, mas são palavras.



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