Anúncio da queda
Caindo aos pés de uma flor
domingo, 9 de março de 2025
Antídoto
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025
Cinema
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025
Inventário do sono
Não sou eu quem bate à sua porta com seus tratamentos formais e suas quantidades pesos e medidas, tudo exato
Tudo em seu lugar
Crescer, não importa a dor
Sentir, não importa o peso da vida
Tudo pode ser sentido
E eu sigo aqui, engessada na formal ideia que fiz de meu caos
No absurdo intento de revogar o poder do destino
Na falta de crédito que dou aos meus pequenos passos
Tão ínfimos, pequeno risco
Só um traço por volta da sombra das minhas mágoas, angústias
Afinal, pra que tanta angústia?
No fim era o caos, o medo, o sono
E tudo se voltava para o mesmo local, o medo, o sono
A fome de sentir o mundo por dentro, a pressa de contar vantagem sobre o tempo
Nada pode ser tão implacável, a terra come, a água leva
São só palavras, mas são palavras.
terça-feira, 24 de dezembro de 2024
Rastro
Do amor só tenho a incerteza
Saber que posso cair a qualquer momento
No abismo ruidoso do meu próprio silêncio
Olha pra tudo isso, vê como você faz parte
Vê como o mundo te contém e, ainda assim
Você pode achar que é algo separado de si mesma
Vê como, num piscar, tudo pode fazer sentido ou não
Tudo pode existir apesar da sua insistência
Ou nada pode mais ser visto se não pelo olhar da sua consciência eterna
Eu existo?
E se aqui for o inferno
E se escolher e viver conforme as escolhas for a lâmina do destino
A faca afiada que corta a minha alma em mil
E me faz viver múltiplas realidades ao tempo do tédio
Tudo pode ser comum
Tudo pode ser extraordinário
Basta fechar os olhos, morrer na ilusão de ser tudo tão grave
A ponto de nada mais importar de tanto que tudo importa
A ponto de explodir, ebulir, exorbitar
Até que me pareço com a imagem que criei, a semelhança
Rapidamente volto ao mero acaso de ser flexível com a vida
Pois só escrevo mesmo sobre o que não existe.
domingo, 8 de dezembro de 2024
Chão
terça-feira, 19 de novembro de 2024
Narrativa
Tem sonhos que só consigo interpretar sonhando
Ou criando a narrativa insólita e resoluta em palavras pálidas
O sonho é a poesia sonhada, a carne lavada em sustos o suor pingando
O escarro da morte em flashes conexos
Que tudo é conexão
Sempre um elevador
Sempre um banho
Sempre uma vida inteira pra não entender
E o que não entendo e faz parte desse engodo
Da loucura por detrás do surto mágico
De estar viva e ao mesmo tempo sonhando
Com o eterno cravado na distância das horas
O eterno e a eterna solidão
Um silêncio gigante, em tudo entendo
Que o som é o abrigo, o peito, a ferida - o portal
E só a resignação, suave, atiça o efeito da loucura do destino