Tem sonhos que só consigo interpretar sonhando
Ou criando a narrativa insólita e resoluta em palavras pálidas
O sonho é a poesia sonhada, a carne lavada em sustos o suor pingando
O escarro da morte em flashes conexos
Que tudo é conexão
Sempre um elevador
Sempre um banho
Sempre uma vida inteira pra não entender
E o que não entendo e faz parte desse engodo
Da loucura por detrás do surto mágico
De estar viva e ao mesmo tempo sonhando
Com o eterno cravado na distância das horas
O eterno e a eterna solidão
Um silêncio gigante, em tudo entendo
Que o som é o abrigo, o peito, a ferida - o portal
E só a resignação, suave, atiça o efeito da loucura do destino