terça-feira, 12 de outubro de 2010

Oferenda

Bloco de sombras
Bloco de blocos
Jogos de armar

Na hora em que você atravessar essa rua
Na exata hora em que você ousar pousar sobre mim o seu olhar
Nesse instante
Um bloco de concreto desarmado bem na frente da minha glândula pineal
Tapará o sol e impedirá que ela funcione direito

Meu equlíbrio, novamente distante
Meus labirintos, tontos e emborcados, seu líquido como um sacrifício ao Deus-me-livre
As mãos desistentes
E os pés a seguir cegamente passos igualmente trôpegos

Que se danem os semi-deuses
É por uma criança que meus lábios se partem em silêncios
E as crianças são sempre oferecidas ao só-Deus-sabe

Ofereço-me em teu lugar
Oferta de mim feita, quem sabe trará boa colheita
Ou chuvas torrenciais?
A única certeza, então
É a oferta de mim-pão
Ao Deus-me-proteja, irmão de Deus-duvida, filho de Deus-dará.

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