terça-feira, 26 de outubro de 2010

Olho

Vista-se em seus sapatos de andar no mundo
Novamente olhe em volta
Agarre o que puder
O que não puder, entregue

Vista assim, a realidade é tão sarcástica
A olho nu, olho fechado
Olhos para cima, mais uma, outra vez
Céus para mim
Terra para ninguém
Terra para nós

Deito-me no olhar
Ao que deleitar-me deixo-me
Fascínio rubro do anoitecer
Deixo-me existir...
Sem retirar da tua existência
A matéria do sofrer intenso, carnal
Abominável monstro de algum lugar
Em algum momento
Que de algum penar
Fez seu doce alento

Minto-me
Preciso-te
Presa-te
Encontro-me.

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