quinta-feira, 1 de abril de 2021

Poeira

Hecatombe branda
A humanidade
Machuca ao longo
Quase sem ver
A própria marca de nascença

Uma bagunça
Uma febre
Um estupor geracional
Florestas de árvores genealógicas
Disseminadas como ramos e suas raízes
Bem embaixo dos nossos narizes

Cérvix
Do vidro ao verme
Viemos do mesmo cerne
O átomo neutro, a explosão
A história
Que me conta a poeira cósmica entre os dedos

Na raiz do meu cabelo está o nervo
Me leva ao deus-erro
Esse que eleva os fracos à força divina
E suprime a constância firme do zelo
Para tudo mesclar, estamos sempre

Numa bomba-relógio
Prestes a estourar.

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