segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Infrutos

Me afasto de mim procurando
A chave que abra de volta
Teu mundo que invento no espanto
Num susto o que vi por enquanto

Sou toda ouvidos, no entanto
E cega ao teu grito, abafando
Num ato de fúria, o encanto
Perdido na noite sem rota

Procuro e não sei porque tanto
Que ainda o silêncio me corta
E a mim continuo voltando
Num ato de amor sem revolta

Em dentro de mim não estando
A chave não é o que importa
Se faço da dor o meu manto
Me agarro à procura mais torta



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