segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Borracheira

Aquela massa sonora indistinta: todas aquelas vozes que falavam e não diziam nada, aqueles ruídos, todos, eram a sinfonia que embalava a cena de júbilo em que eu havia adentrado (sem querer, como protagonista - também sem querer - se bem que todo não-querer esconde no fundo um desejo profundo e a repulsa poderia ser apenas um reflexo do apego instintivo e pouco atraente). Ali fiquei, ouvindo todos aqueles sons e tentando abrir os caminhos saudáveis na minha mente para compreender o que se passava (sim, por que minha mente às vezes parece um quarto cheio de gavetas bagunçadas, onde posso encontrar qualquer coisa que eu queira com certa dose de paciência passiva) - ouvia apenas e, quando a vibração fosse muito forte, teria por direito também cantar um pouco (quem sabe?)

- Onde você está neste momento?
- Em algum lugar tentando lembrar o que foi que esqueci de lembrar
- Ah, e quanto à história?
- A história faz parte do passado, o enfeite de uma estante (assim, meio bamba mesmo).

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