segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Castelo

E assim nos tornamos cada vez mais descrentes
Cada vez mais quadrados
Cada vez mais azedos

Encaixa-nos um sistema que nada tem a ver conosco
Um modelo que não o nosso
Em que não se crê no olhar e nas palavras boas
Em que não se acredita no amor
Em que julgamos os outros sem ao menos procurar em nós o que há de errado...

Acredita-se no dinheiro
Na máquina
Nos juros e dividendos
Nas pílulas e nos livros
Nos macacos e na evolução
No trabalho e na escravidão

Tenho que mergulhar fundo
No caos e na destruição
Bem fundo, lá no fundo
Nas profundezas plantar as minhas raízes
Armar daí o meu castelo
E chegar ao topo como a cereja do bolo

Quem me lê não me sabe
Mas tenho tudo o que preciso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário