Tenho tanto em mim que não me caibo
Não me encaixo perfeitamente em meu ser
Transbordo, a ponto de inundar uma existência a mais
Uma segunda casca, um segundo rastro
Um corpo inexistente aos olhos e ouvidos
Um corpo plástico, flácido, lúcido
Uma mola
Bambo e só, sambo
Existo em todo canto, em toda vida, em toda dor
Existo, rasgo a pele mole, sentir
Visto, amo, persisto
Tudo em um só momento e a todo instante
Durando o tempo de uma lágrima ou de um olhar
Ou de um eterno tilintar...
Glória a mim, que sou feita de osso e pensamentos
Glória aos rins, que não me deixam desaguar
Glória, mas não o bastante
Pois sou inteira descompostura e desacostumar
Lenta e dura, retorno ao meu lugar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário