sábado, 17 de dezembro de 2011

Seiva

Meu nariz sangra.

Em pleno gozo de vida e de alegria lembro que sou humana, vermelha. Ao sabor disso que me escorre, sinto o calor de meus dias correndo - íntegro e complexo, meu sangue coagula ao som do vento, uma voz sem sombra cai pesada em sono de pedra, tijolos e tijolos de orgânicas mágoas, seivas, bulbos, plantas - ação. Mas quem reflete ao som do sangue? Quem me usa? Quem me sabe? Tato contínuo, esse fluxo, essa vida. Conspiram ao meu favor as veias, conspiram músicas. Tudo vibra para que eu seja rubra. Tudo vive para que eu seja viva.

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