Tudo o que faço é esperar o momento certo. Espero, espero. Enquanto isso, mudo de idéia infinitas vezes, espero chegar a verdadeira vontade. Uma vontade de que tenho saudades. Um ímpeto quase indescritível de fazer as coisas sem pensar muito, só fazer. Realizar. Mas eu espero. Espero o tempo, espero a vontade. Em minha mente apenas distingo alguns pensamentos, semeados na grande eloquência de trair meus próprios devaneios, calmas indecisas...me acalmo e sigo, espero. Ao passo que chega o momento verdadeiro, traço inúmeras possibilidades de não fazê-lo ser, de criar em mim uma barreira contra o mundo, de não ter que reagir. De me entregar. Mas a quê? Entregar-me-ia a tudo quanto fosse preciso, se disso não emergissem dores, decepções, tão exatos seriam os resultados*. Assim, sem entrega, tudo é monótono, tudo é seguro. E eu seguro. Seguro a vontade, seguro o tempo, pois este não chega e eu espero.
*Contradição ou não, espero o momento em que tudo seja novo e inexato, a segurança de não conhecer os resultados de minha própria vida.
um verso in
ResponderExcluiroutro verso out
e esperando assim
o universo em fadeout
até que a vontade venha