domingo, 29 de janeiro de 2012

Adubo

Mergulho fundo no infinito de mim mesma:

Vejo flores, cores, sons, cheiros e toques de uma única e balsâmica canção, uma melodia prismática, peristáltica, volátil - a mesma voz que ouço quando recobro a consciência e me sou, sempre tão perto de mim, sempre tão deus...
Aí me vejo, dentro de cada homem que passa e cada mulher, andando em círculos num mundo igualmente circular, à volta de terras vazias de gelo, cheias de vida, com cada ar respirado e cada planta do chão nascida.

Me planto.

Aqui me sigo, colhendo-me por onde passo, vivendo grãos que já me são escassos. Persigo - em único tempo - a solidão e o fracasso, como tentando agarrar a sorte pelos cadarços. Tenho pressa - ou cansaço? Ainda vejo o mundo como um cândido abraço, e, crescendo ao sol, renasço.

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