quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Disciplina

Silhuetas dançantes do além-nada

As sombras vazias de sentido

Como eu, achando que sou os outros


Como não me poderia ser?

Se a dor maior é não sentir dor?

Amar desacreditando

Fingir escárnio

Ao me ver novamente crucificada ao acaso

Mortificada pelas centelhas-línguas-fagulhas

Que lambem ao serem atiçadas

Como eu, que me atiro ao fogo

Sempre e com toda diligência


Nisso estou segura: ser disciplinadamente auto-destrutiva

Um caminho frutífero hacia la muerte

Jamais preguiçoso, totalmente isolado


Onde ousei expressar a minha separação em pedaços

Meu íntegro processo de dissolvescência

Já que ninguém me cura

E não quero ser curada

Nenhum comentário:

Postar um comentário