quarta-feira, 22 de fevereiro de 2023

Serpentinas

 Quem me chega

De repente, sem aviso

Em sobressalto pra pular o que transborda


É tudo exercício

Todo salto que dou é uma volta a menos

Sobre o hospício

O início 

Final do precipício


Estou sempre em queda livre

Pra te olhar de cima como em declive

Escorrego pra longe

E você não volta


Deve ser bom, assim

Um ano durar essa vida inteira

A vida cabendo na tela fosca

A sujeira

O óbvio dos medos, despencar da cadeira


E ainda ver você chorando numa cama em quarto escuro

Nos exatos tempos - tempo de ser triste, tempo de sorrir

E se aferrar ao tempo como quem se entrega à explosão

Pois já não tem mais nem escombros pra sobrar depois


O que sobra é um fiapo de carnaval

UMA ALEGRIA IMENSA

Um planeta, apenas

O que sobra disso que chamei nós dois.

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