Quem me chega
De repente, sem aviso
Em sobressalto pra pular o que transborda
É tudo exercício
Todo salto que dou é uma volta a menos
Sobre o hospício
O início
Final do precipício
Estou sempre em queda livre
Pra te olhar de cima como em declive
Escorrego pra longe
E você não volta
Deve ser bom, assim
Um ano durar essa vida inteira
A vida cabendo na tela fosca
A sujeira
O óbvio dos medos, despencar da cadeira
E ainda ver você chorando numa cama em quarto escuro
Nos exatos tempos - tempo de ser triste, tempo de sorrir
E se aferrar ao tempo como quem se entrega à explosão
Pois já não tem mais nem escombros pra sobrar depois
O que sobra é um fiapo de carnaval
UMA ALEGRIA IMENSA
Um planeta, apenas
O que sobra disso que chamei nós dois.
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