terça-feira, 17 de junho de 2025

Precipício

Ainda sobre verdades, pretendo espalhar meu corpo onde for para encontrar os limites do que se pode fazer. Nada que me digam pode conter minha experiência tátil. O que pode querer dizer: se todos dizem que cair do precipício será fatal, nunca vou acreditar. Vou lá e me atiro, ganhei uma verdade experimentada, a de morrer pela força da gravidade. Ainda assim, tudo pode ser inventado e ludibriado com o uso da linguagem, esta grande ferramenta de desdobramento da realidade, ilusionista da culpa e produtora de infinitos pensadores e filósofos que não chegaram a lugar nenhum. Rodando sobre as próprias cabeças, criando uma falsa sensação de evolução. Ok, vou parar de escrever sobre o que não conheço. Mas voltando aos limites, pressinto que algo está sendo revelado o tempo todo com a vida, seu próprio peso ou leveza, sua forma subliminar de mostrar que não temos controle sobre nada, mesmo.

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