sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Pano

Logo ela falando de amor profundo

Amor verdadeiro logo ela

Aquela que se perdeu

E não sente mais pó poeira por debaixo dos olhos

Apenas um cortante dialeto luminoso: a faca da língua no chão da sala

O pano passando molhado entre os dedos

Enxuga esse fluído doce que te sangrou, querida

Enxerga que nem sempre o brilho é luz, quase sempre água

E o que reflete nela é só mesmo ela, aquela mesma

Que não fala e não faz e não sabe

Que de amor só reflexo desdobra

E de verdade só a própria aura celebra



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