terça-feira, 13 de julho de 2010

Verde novo

Deixo o verde, abandonado
Aos poucos o passado toma seu rumo de casa
E as lembranças não mais vêm perturbar meu sono
Caídos, um a um, os galhos de um velho abacateiro se desfazem ao som do vento, exauridos pela correnteza dos anos...
Os tons mudam, modulam os passos da solidão companheira, aquela breve e embriagada paixão rotineira, companheira.
Cantiga, diga lá - sobre que versos vou caminhar
Bemóis de memórias que vazam pelos ouvidos e pálpebras e unhas e cabelos
Os dedos - suam
As mãos - tremem
Os ouvidos - vivos, muito vivos
E o rosto...ah, impávido rosto, imutável (quantas faces te negastes a revelar para não deixar conhecer sua verdadeira feição?)

Eis que o verde deságua
Em teus amarelos sorrisos.

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