Com mil fios na linha do esdrúxulo
O limite do perigo
E a linha tênue entre a perseguição e o amor
Costuro o velho passado remendado
O pano surrado e gasto
Da vermelhidão recorrente, sangue mal-derramado dos meus pecados.
Procuramos sempre entender as coisas como se estas fossem um fim em si mesmas. O que não conseguimos perceber ao deparar-mo-nos com uma situação de risco é: por quê? As causas nem sempre estão muito claras à nossa vista, nem todos conseguem atingir a percepção necessária das reais causas daquilo que acontece à sua volta. Sempre a culpa é do outro - e lá estão, quatro dedos apontados em direção aos nossos próprios medos. Assim, deixamos que os fantasmas almocem, dancem, pensem, atravessem a rua...que possuam hábitos tão comuns e tanta liberdade que nem pareçam mais assombrações. Vez por outra, atingem o nível do inconsciente coletivo, presentes, embora inocentes...encontro-os sempre que posso, escovando os dentes, assumindo um compromisso, tirando dinheiro no banco...o que me assusta não é sua presença insossa e fosca, mas sim um pavor de não saber o que querem de mim...
Insípidos, inodoros, tão incômodos...
Voltando a mim, digo que nada do que fizermos pode isentar-nos do destino de assumir as responsabilidades pelo que deixamos passar.
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