Aprendi a soltar quase como um vício. Usei o desapego pra não sentir tristeza. Fui diretamente para o lado da indiferença total. O meio é tão difícil...sofrer como quem ouve uma sinfonia, sorrir como quem sente dor. Talvez um jeito seja nem anular, nem se identificar. Observar. Como quem observa os personagens de um filme sem confundir suas histórias com a realidade. Viver os sentimentos, mas entender que eles são muito mais sintomas do que sentenças. Sigo voltando pra esse lugar obscuro, que me desafia sempre a observar com olhar relaxado. Só olhe pra isso, deixe ser. Vai passar. Enquanto não passa, aproveite o caminho e tire bons frutos na beira da estrada. Mesmo o pior caminho te leva pra algum lugar. Talvez esse seja apenas mais um passo no longo percurso de se amar. Se amar requer coragem. Muito mais coragem do que fé. Vai passar. Não tenha pressa, a ansiedade só vai fazer a dor durar mais. Enquanto doer, será um sinal de vida, de movimento. Enquanto for prazeroso, também. Tudo muda, e essa é a única verdade possível agora.
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