quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Bonsai

Amar a solidão como quem ama o amargo do seu prato preferido. A solidão, a impermanência dos momentos, a dissolução da razão que teima em antagonizar tudo: sentimentos, sensações, pensamentos. Nada é tão duro que não possa ser imaginado, nada é tão absurdo que não possa ser escrito. Até um certo ponto, isso se limita apenas ao caos que transforma tudo em tempo. Antagonizo e dissolvo minha linguagem no caos. Comemoro a existência silenciosa da multidão em mim. Múltiplas, a celebrar e vida num ritual de resistência, camadas de barulho e muita palavra, quando só o silêncio comete o maior crime passível de ser perdoado, o de existir em tudo sem ser anunciado.

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