Vou te escrever até você sumir. Sempre o melhor termômetro pra medir o tamanho da dor. Quanto mais escrevo, menos dói. Por isso, gasto alguns metros ou quilômetros de palavras só pra poder te ver indo embora, devagarinho, despovoando a minha mente. Você leva a sua trouxinha no ombro e me deixa cada vez mais tranquila, só, com a única trilha por onde posso caminhar. Meu olhar avança através do espaço e o seu rastro enquanto se afasta é o que mantenho de vida, meu olho treinado pra te ver cada vez mais longe e o percurso cada vez mais longo. Assim, você também vai ficando pequenininho, até caber numa leve coceira, uma cócega de melancolia que se esvai com um sopro mais profundo ou apenas um piscar de olhos, sorridente ou não. Quanto a isso, a escolha fica comigo. Tudo pode depender do meu foco.
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