Do pudor poesia me assalto em rimas sincréticas
Absolvo o que em mim havia de urro e absorvo
Persigo um instante que salva minha pele do derretimento absurdo - observo
Posso escrever? Minha fuga alucinada pra fora do mundo requer uma precisão cirúrgica - novamente me hermetizo porque preciso, falo dos nadas que me inundam e borbulho pra sumir, regredir, esconder
Nada tenho a esconder
É uma carcaça transparente
Me assusta
Pois nela me vejo através dos olhos do mundo, dando um salto - para o escuro sem poço: fazemos um acordo e eu os deixo sumir dentro do reflexo, sumo e desapareço da história em que um dia acreditei surgir
Sumir
Até acostumar com a dor?
Dôo, pois enxergo na vida algo mais sutil que a própria existência - a ausência
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