sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Rarefeita

Mal respiro

E a fraqueza do ar me dissolve na realidade que agora parece sonho e que tento ofuscar
Agulhas
Pedras
Encontro no silêncio o ruído aceso da multidão que me surgiu
Sou toda ouvidos - pétalas
Ouço ainda ecos de gritos de vou embora pedindo venham me salvar
Sussurro, no alto do escuro trepidando de frio derreto
Não sei ser outras palavras
Ou fios

Vou embora
Lá talvez o olhar seja perfeitamente calculado entre tudo o que vai dar certo
E o que falta de sentido
Lá se morre sem pudor e se esquece subitamente
Que vivemos procurando um escape
Pra não sofrer em silêncio

Entre lá e aqui
Sou verso que foge pelos poros e salga o que foi
Pois insisto em retirar dele as migalhas pra depois matar de saudade a inanição
Me embrulha o estômago
Me brilha os olhos
Me paralisa

Nada mais importa, de qualquer forma nunca fiz sentido nenhum.












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