O escuro da noite
Não é apenas a ausência de luz
São os olhos negros do leopardo quando persegue a sua presa
Os dedos cobertos de fumaça de carvão na mina
Os cabelos da moça que se vai no próximo trem
Estrelas pintam o céu com brilho antigo...tão antigo que muitas já nem brilham mais
O que vemos é um passado restante
Uma imagem semelhante
Ao que agora se apresenta como real
Lua vertiginosa - você ainda está?
O mar negro do céu se abre
E as portas do infinito escancara
Para os olhos atentos - dedos dos pintores da alma
Quando reluzia teu olhar
As estrelas se envergonhavam
Só ficava o fulgor opaco servindo de cenário para o beijo inerte do sono e da adolescência
E a lua diminuía a cada verso que cantava aos meus ouvidos silenciosos
Pois a voz da noite
Se rende aos tons e semitons da vontade do amor
E aos silvos agudos que ecoam nas esquinas da febril cidade
Anunciando o nascer de uma nova calmaria.
Noite clara, arre...
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